A Política Carolina Maria de Jesus de promoção de equidade étnico-racial traz em sua identidade visual uma forte referência às camélias, pois essa flor marca a memória coletiva e a luta pela liberdade. As camélias foram símbolos dos abolicionistas no Brasil a partir do final do século XIX, principalmente em função de seu cultivo e uso estratégico no chamado Quilombo do Leblon, no Rio de Janeiro e de sua adoção como "insígnia" do movimento de luta contra a escravidão.
O uso da camélia como símbolo ganhou força porque portar a flor—na lapela dos homens, no decote das mulheres ou nos jardins—funcionava como um sinal silencioso, mas audacioso de apoio à abolição. Essa prática tornou-se uma espécie de senha entre os abolicionistas e uma forma de identificação para quem buscasse refúgio, pois era perigoso assumir publicamente posições antiescravagistas naquele período.
A camélia, símbolo de resistência, foi incorporada por figuras centrais no movimento abolicionista, como Luiz Gama e José do Patrocínio. Até mesmo a Princesa Isabel recebeu buquês de camélias, embora sua participação política estivesse distante das bases do movimento negro.
A partir dos anos de 1980 entidades do movimento negro, em especial o Movimento Negro Unificado, recuperaram o significado histórico de resistência das camélias da libertação conectando o presente à luta do passado e desafiando a narrativa dominante de que a abolição foi uma conquista “concedida” pela monarquia.
Para a Unifesp as imagens de Carolina Maria de Jesus junto às camélias da libertação são uma estética de inspiração aportada na memória coletiva que orienta a uma educação que promova a equidade e reconheça as diferenças como sinônimo de excelência acadêmica e de uma universidade socialmente referenciada.
A identidade visual foi desenvolvida pela Designer Ana Carolina Fagundes do Departamento de Comunicação Institucional da Unifesp.
“Minha mãe dizia que as exigências da vida nos obrigam a não escolher os polos. Quem nasce no polo norte, se acostuma com o frio; quem nasce no polo sul, com o calor. É preciso paciência para viver.”
Fonte: Diário de Bitita.